Uma sessão da Câmara dos Vereadores de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, será realizada na tarde desta quarta-feira (19) após cinco parlamentares terem sido afastados pela Justiça Eleitoral nesta terça (18): Vinicius Madureira (PRP), Roberto Pinto (PTC), Magal (PSD), Cecília Ribeiro (PT do B) e Thiago Ferrugem (PR). Todos eles são investigados na Operação Chequinho, que apura compra de votos usando o programa Cheque Cidadão. A sessão será realizada às 17h com a participação de 20 vereadores.
Por telefone, o advogado Fernando Fernandes, responsável pela defesa dos vereadores, disse que o afastamento faz parte de uma série de ilegalidades que visam interferir diretamente na Câmara de Vereadores, e que serão objetos de medidas pelo TRE-RJ e o Tribunal Superior Eleitotal (TSE).
A Justiça Eleitoral deve definir nesta quinta-feira (20) quais os suplentes irão assumir uma cadeira na Câmara. O departamento jurídico do Poder Legislativo encaminhou para Justiça Eleitoral um oficio para ter uma listagem oficial de nomes que devem ser assumir as vagas em aberto.
Além disso, a Justiça Eleitoral irá recontar os votos de Marcos Bacellar (PDT) que teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo a Justiça, houve irregularidade nas prestações de contas dele.
As mudanças na Câmara dos Vereadores de Campos começaram no ano passado. A Justiça Eleitoral impediu a diplomação de seis vereadores que respondiam a ação penal na Operação Chequinho: Linda Mara (PTC), Kelinnho (PR), Miguelito (PSL), Ozéias (PSDB), Thiago Virgílio (PP), Jorge Rangel (PTB). Suplentes foram convocados para assumir as vagas. Entre eles Carlinhos Canaã (PTC) e Geraldinho Santa Cruz (PSDB). Este ano, a Justiça Eleitoral cassou os registros da candidatura dos dois. Ambos respondem ao processo, mas seguem nos cargos.
Investigações
A Operação Chequinho investiga o esquema de compra de votos em Campos. Segundo o Ministério Público Estadual, em troca dos votos, a prefeitura oferecia inscrições fraudulentas no programa Cheque Cidadão, que dá R$ 200 por mês a cada beneficiário.
A operação começou em setembro de 2016, quando o Ministério Público Estadual e a Polícia Federal viram um “crescimento desordenado” do Cheque Cidadão. Em apenas dois meses, o número de inscritos passou de 12 mil para 30 mil. Desde então, a operação prendeu vereadores, eleitores e outros envolvidos no caso.